Nada como ir ver!

Curiosidades Ana Luiza 20/12/2018

E já estamos em mais um final de ano. Posso dizer que 2018 foi repleto de muito crescimento pessoal e profissional. Morei em Lisboa, trabalhei em um ateliê de arquitetura na capital, tive colegas de profissão incríveis, viajei muito por Portugal e também por outros países da Europa. Resumindo: aprendi muito durante este ano!

Parece clichê, mas realmente morar fora - do seu país, da sua cultura - abre a cabeça e nos faz valorizar as coisas de uma forma diferente. Já tinha tido essa experiência antes, mas cada vez faz amadurecer mais. Sair da realidade e rotina em que estamos inseridos, te dá espaço para ver praticamente tudo sobre outra perspectiva.

*Vale do Douro, uma das regiões que mais me encantaram em Portugal, com visuais de tirar o fôlego e pequenas vilas na beira do rio.

Profissionalmente, essa experiência de 10 meses na Europa me fez pensar a arquitetura cada vez mais pelas pessoas do que pela estética. Lá, a visão deles é primeiramente funcional, onde cada decisão tem que beneficiar os seus usuários e proporcionar qualidade de vida, sempre de forma harmoniosa para que possa gerar bem-estar, mas sem exageros e superficialidades. Por exemplo,  como criar uma estrutura sólida, funcional e duradoura, para que a vivência dos usuários crie o lar. Isso foi muito bom!

No ateliê ADOC, trabalhei com pessoas com anos a mais de profissão do que eu e, mesmo assim, sempre tive algo a contribuir com a minha experiência. Percebi diversos pontos pelo olhar deles, e também pude mostrar a minha visão. Entendi novas formas de projetar, e vi que estava indo pelo caminho certo. A troca foi muito engrandecedora, fiz novos colegas de profissão que quero muito bem, com quem pretendo continuar mantendo o contato e possivelmente compartilhando projetos futuros.

Aproveitei esse tempo na Europa para participar de alguns eventos no mundo da arquitetura e design. Estive no Salone del Mobile em Milão, em abril, e também no Design Week de Paris, em setembro. Foram duas experiências super interessantes, onde pude ver pessoalmente composições seguindo as tendências e estilo com que me identifico, conhecer novos produtos e materiais, consolidar conceitos e ideias que pretendo seguir.

Percorri muito por Portugal e pude ver quantas semelhanças, seja na arquitetura, nas cidades e na cultura, tem os nossos países. É evidente que existe uma conexão forte entre ambos, que deveríamos abraçar mais. Também é muito familiar andar nas calçadas de pedra portuguesa, ver o estilo arquitetônico dos prédios antigos, os azulejos artesanais, as pequenas vilas com casinhas e igrejas brancas com amarelo. Essa familiaridade também encontrei no jeito das pessoas, nos seus valores, e pelo apreço que eles têm pelo nosso país - enorme, cheio de riquezas naturais, de um povo alegre - que nos sentimos muito acolhidos e muito a vontade em lá viver. Por vezes, a visão que eles têm do Brasil nos faz sentir mais orgulho, valorizar e querer lutar pelo nosso país.

*Marvão, a mais linda pequena aldeia murada que visitei. No alto da Serra de São Mamede - divisa entre Portugal e Espanha - com características tipicamente portuguesas.

Nessa experiência em outro continente, também pude viajar para outros países da Europa - Inglaterra, França, Holanda e Alemanha - e o mais interessante dessa experiência foi ver e aproveitar a enorme diferença cultural, que pode-se ter a poucas horas de distância. Foi incrível em um final de semana poder estar em outro país, com uma história, arquitetura, costumes e comida, totalmente diferentes. Estar imerso e tão próximo de tantos elementos históricos, museus, arte e cultura, é uma enxurrada de informação e aprendizado. Experienciar como as pessoas vivem nas grandes cidades, como se locomovem e utilizam os espaços públicos. Os meios de transporte coletivos que são práticos e rápidos, as redes de ciclovias que conectam todos os pontos, os parques e praças urbanas bem cuidados e com atrativos que geram mais vivência, a acessibilidade nos espaços urbanos, a segurança e respeito com que as pessoas tratam esses espaços. São conceitos de civilidade e coletividade que só geram desenvolvimento e bem estar para todos. 

*Paris! A vista do topo da Torre Eiffel, de onde se vê claramente o desenho urbano - das grandes avenidas que recortam a cidade e direcionam para seus grandes monumentos.

O que vale de toda essa experiência é abraçar o máximo de informação, evoluir com exemplos positivos, e saber adaptá-las para a nossa realidade como país e civilização.

Agora estou de volta a Florianópolis, para começar um 2019 cheio de energia, com uma cabeça renovada e objetivos definidos. Vamos nos encontrar para bater um papo, trocar ideias e fazer novos projetos!

Um ótimo fim de ano a todos, boas festas, com muita alegria, paz e amorosidade!!

Obs.: Abaixo vocês podem conferir mais alguns registros de pontos turísticos onde visitei.

*Amarante, um pequena vila no norte de Portugal, famosa pelo seu santo, pela velha ponte e pelos seus doces conventuais.
*Monte Saint-Michel - na costa francesa - foi um dos lugares mais incríveis que eu visitei. A vila medieval, que parece cenário de um filme, a enorme abadia, que foi sendo construída ao longo de muitos séculos e uma história fascinante por trás!
*Heidelberg na Alemanha é um exemplo de cidade - organizada, limpa, funcional - e de qualidade de vida.
*Outro monumento icônico e que era meu sonho conhecer, o Castelo de Neuschwanstein e a região dos Alpes Alemães foi uma das paisagens mais exuberantes de toda a viagem.
Ana Luiza

Arquiteta e Urbanista, com escritório próprio desde 2014, onde vem desenvolvendo projetos na área de arquitetura, reforma e design de interiores.